Conjunção

no qual pretendo repousar teu rosto
e tuas antecipações.
Ao retoque desta tua maquiagem
observo,
silencioso e passageiro,
os movimentos vagarosos e precisos
de tuas mãos.
Atenho-me a mim
como quem se vela,
e com as tuas produzo em ti
os toques que não posso,
como se no instante
fôssemos eu apenas tu.
E ali, em estado promíscuo,
não somos mais que uma aquém-razão
sem nenhum sentido físico,
desfrutando apenas de mútua companhia
silenciosa,
na qual sem medo,
deixo teu corpo se atar ao meu,
em segredo.
2 Comments:
Um poema apaixonado esse teu. Muito bonito, Marcelo! A pintura também é linda, espero continuar lendo belos versos dessa nova fase.
Ah, é Matisse? Mais belo ainda.
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